A jornalista Socorro Araújo,num momento de reflexão, perguntou: “Por que os soteropolitanos mijam na rua?”
O péssimo hábito de sujar a rua, deixar o meio ambiente fedorento quem quiser saber o que é isso, passe em frente ao complexo de cinema do Unibanco, na Praça Castro Alves, entre outros inúmeros lugares da capital baiana) instigou Socorro a buscar explicações na história e na literatura. E encontrou a explicação em um poema do “Boca do Inferno”.
Ah! Prefiro soteropolitano a baiano, porque – não se engane – quem
veio do interior não tem esse hábito não.
É Socorro quem conta:
“…procura na história e você vai achar a explicação. Um poema de Gegório
de Mattos explica os motivos dos baianos mijarem na
rua. Bons motivos por sinal… “
DAS RAZÕES PORQUE OS BAIANOS MIJAM PELAS RUAS DA URBI
(Gregório de Mattos e Guerra)
Um certo Manoel Ferreira
Oriundo de Lisboa
Gran fidalgo da Coroa
Moço de cheia algibeira
Vivia a gabar-se à-toa.
Afirmava que seu malho
Se arreitado como um galho
Medido do pé à ponta
Quando o culhão se desconta
Dá dois palmos de caralho
Mas uma Luiza Benta
Tendo sido desprezada
Por Ferreira e mal-fadada
Uma peçonha inventa.
Diz que a pica tão gabada
Perecia seu mindinho
Que o troço pequenininho
Nem no cono se sentia
Que só tinha u’a serventia
Comer cú de passarinho.
O Ferreira ultrajado
Passou na rua a mijar
Intentando recobrar
Ao exibir o cajado
Sua fama de além-mar.
E se as damas gostaram
Os homens o imitaram
E até hoje na Bahia
Mostrar o pau é mania.
Os baianos não reparam.
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