sábado, 2 de abril de 2011

MATOU, PAI?!

MATOU, PAI?!
Silvia Vannucci Chiappori


-- Matou, pai?!
-- Matei sim, filho.

Matei a possibilidade de vê-lo crescer com mais amor ao próximo do que eu sou capaz de sentir.

Matei a possibilidade de vê-lo crescer um construtor da paz, da comunhão e do amor entre os homens da terra.

Matei a possibilidade de torná-lo um homem pacifista, defensor dos animais, do meio ambiente e do nosso planeta. 

Matei a possibilidade de torná-lo um homem forte, corajoso, livre de medos como os meus próprios.

Matei a possibilidade de fazê-lo crescer um homem de caráter, livre de preconceitos.

Matei a possibilidade de transformá-lo em um homem cuja palavra séria e convincente é mais forte do que a arma que carrego em punho até para receber amigos.

Matei a possibilidade de vir a orgulhar-me do meu filho cuja postura afastará dele próprio ou daquele a ele próximo, qualquer ameaça de violência originaria dele mesmo.

Matei a possibilidade de ter um filho Homem.

               
Caetano Wakamono (moço, jovem) passou a conviver conosco aos 15.02.2008.  Era um ser dócil, carinhoso e muito amoroso. Seu gesto preferido era o de afagar o meu rosto, carinhosamente. Tinha olhos sempre inquiridores e extremamente meigos.
Há sete dias, no dia 27 de Março 2011, por volta das 01:30h, com uma enorme vara de madeira, meu vizinho agrediu-o. Consequentemente, Caetano faleceu.
Enorme falta me faz. Morte injusta pelo que ele era: Um gato. Um gato muito amoroso.
Morte justa para meu vizinho: o justiceiro exterminador, pai, quem sabe de um futuro “serial killer”. 






Um comentário:

  1. Infelizmente este tipo de pai ainda tem em grande quantidade nos dias de hoje, mas há de chegar o tempo em que os homens respeitaram a natureza, os animais e ao semelhante. Aí sim, teremos um mundo melhor.

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